quinta-feira, 25 de março de 2010

Mais de você

Espasmos, ah filho, os pediatras dizem que são espasmos. Que você não tem consciência do que faz, que ainda não pode retirbuir nossos sorrisos , que apenas imita.

Mas é que eles não veem você com esse sorriso lindo toda vez que chamo por você, também não entendem nossas brincadeiras, nossas conversas; sim conversas, porque você fala mais que o homem da cobra e eu me desdobro para te entender.

Não sabem o significado de "unguinho", muito menos de éééééééé....

Não importa Felipe, mamãe e papai sabem! E sabemos que você também nos entende. Cada olhar, gesto, carinho seu; aproveitamos tudo!

E a cada dia amamos mais você.

Espasmos filho, quem diria!

segunda-feira, 22 de março de 2010

E aí, patino ou não?

Ganhei esse móvel da sogra. Era um buffet gigante que ela dividiu em 2 peças e agora dispensou esta.
Achei que ficou lindo embaixo do meu paneleiro. A dúvida agora é patinar em branco ou não ?


O Sítio

Nossos amigos têm um refúgio de final de semana a 15 minutinhos daqui: um sítio perto da pedreira, com uma vista de tira o fôlego; perfeito para recarregar a bateria do estresse do dia a dia.

Comidinha de fogão à lenha, pomar e muitas doses de amizade.

Sábado era aniversário dele e lá fomos nós 3 passar um dia na roça.

O sítio está em reforma;ficando lindo.Casa-sede ampliada, construção da área de lazer, muito charme, bom gosto. Tá quase no final.

E com a permissão da amiga querida vou mostrar alguns detalhes da decoração interna para vocês.

porteira: flores para te receber

porta de entrada :detalhe dos ladrilhos hidraulicos

hall de entrada

sala íntima



cozinha

vista da varanda



reforma no lavabo: ladrilhos + aparador de madeira + pia moderna




o cumpadi e a cumadi







que tal um bailinho?

quinta-feira, 18 de março de 2010

Na parede

Lembram que contei que no apê ganhei de surpresa um painel de fotos do meu casamento assim que cheguei da lua-de-mel?? Pois é, marido bolou e minha irmã executou. Lembro-me da emoção de entrar no meu novo lar e ver as fotos fresquinhas decorando um corredor morto!

Pois na casa que alugamos não tinha espaço para minhas fotos; ficaram nas caixas.

Mas aqui, na casinha nova, não justificava tanto a demora. E finalmente ele saiu...
Agora tá aqui, repleto de boas novas! Cheio de Felipe!

localização do painel: ao lado da sala de jantar


quarta-feira, 17 de março de 2010

30 anos!!!

flores lindas que ganhei da mami e papi



Pois é... cheguei aos 30 no domigo.
É um misto de felicidade, desconfiança, curiosidade...
Agradeço a Deus pelos anos bem vividos!!
Agradeço pelos sonhos realizados e por aqueles que ainda estão por vir.
E sem nenhuma deprê, (pois é, dizem que fazer 30 traz angustias e depressão) mas apenas reflexões, compartilhar esse texto...

"QUATRO pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave.Antes dos 30 as coisas são diferentes.

Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca.
Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.

Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.


Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.

Um dia eu fiz 30 anos. Estava ali no estrangeiro, estranho em toda a estranheza do ser, à beira-mar, na Califórnia. Era um homem e seus trinta anos. Mais que isto: um homem e seus trinta amos. Um homem e seus trinta corpos, como os anéis de um tronco, cheio de eus e nós, arborizado, arborizando, ao sol e a sós.

Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão.

É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema.

Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. Chegar aos 30 é hora de se abismar. Por isto é necessário ter asas, e sobre o abismo voar. "

O texto acima foi extraído do livro "A Mulher Madura", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1986, pág. 36.